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Vamos falar a real: codificar com IA não é mais coisa do futuro. É o presente. E depois de meses mergulhado até o pescoço em Cursor IDE, Claude e Claude Code e outras coisas, posso te garantir: é possível ser mais produtivo sem atrofiar o cérebro.

Este guia está focado no Cursor e no Claude. Na seção Ferramentas Essenciais você tem uma lista de ferramentas, pode ser que num futuro haja para cada ferramenta uma derivação do que temos aqui, ainda não sei se irei ter tempo para fazer isso.

Minus: codificando com IA, sem virar um robô

  1. Planejamento com IA: Antes de começar a codar, descreva o que você quer construir. Use ferramentas como o Claude para transformar ideias vagas em planos concretos. Pense nisso como um PRD evoluído, mas adaptado para cada contexto: frontend, backend, autenticação, segurança etc.

PRD: Product Requirements Document, ou Documento de Requisitos do Produto: define os requisitos de um produto específico, incluindo seu propósito, funcionalidades e comportamento. Ele é essencial para alinhar desenvolvimento, design e negócios — garantindo que todos trabalhem com o mesmo entendimento sobre o que está sendo criado.

  1. Divida o problema: Separe o projeto em partes menores. Em geral, os desenvolvedores começam pelo backend, depois partem para o frontend e, por fim, integram os dois. Isso é saudável e segue a lógica de quem tem mais experiência nessa área — vale a pena seguir esse exemplo. Essa abordagem facilita a compreensão dos modelos e permite que a IA contribua de forma mais eficaz.

  2. Peça ajuda por etapa: Para cada componente, solicite à IA que gere o código correspondente. Por exemplo: “Crie uma função em Python que faça X”. Use a estrutura: [ação] + [contexto] + [pedido] -> Crie um componente em React para uma aplicação de clima que exibe temperatura, umidade e previsão do tempo, utilizando a imagem de referência como base visual.

Ação: “Crie” Contexto: “um componente em React para uma aplicação de clima” Pedido: “que exibe temperatura, umidade e previsão do tempo, utilizando a imagem de referência como base visual”

  1. Iteração e versionamento: Use o GitHub (ou outra ferramenta de controle de versão) para manter um histórico claro e organizado do seu código. Crie branches separados para cada tipo de mudança:
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- feature/nome-da-funcionalidade: para novas funcionalidades.
- fix/nome-do-bug: para correções de bugs.
- refactor/nome-do-ajuste: para melhorias internas sem alteração de comportamento.
- docs/nome-da-doc: para atualizações de documentação.

Em breve teremos um overview do Github. Mas você pode fazer um curso sobre o Github aqui

Essa prática permite testar cada parte isoladamente e facilita o trabalho colaborativo, inclusive com a IA. Ao revisar e iterar, você pode pedir à IA sugestões específicas com base no diff ou no conteúdo do branch atual, mantendo o controle total da evolução do projeto.

A Janela de Contexto: O Verdadeiro Game-Changer

Se você quer usar IA para codar, entender janelas de contexto é obrigatório. O Claude 3.7 Sonnet, que roda lindamente no Cursor, te dá até 48K tokens no modo padrão. Quer ir longe? Ativa o modo Max e ganha 200K tokens — com um custo de US$ 0,05 por prompt e por chamada de ferramenta (baratinho, né? #sqn).

Só pra você se situar:

  • Um componente React de 200 linhas = ~1.500 tokens
  • Um arquivo Python do mesmo tamanho = ~1.700 tokens

Ou seja, dá pra colocar bastante coisa na conversa com a IA. Mas não vá jogando tudo lá. Regra de ouro: arquivos com menos de 400 linhas. E se tiver coisa maior, modularize — e não seja preguiçoso, ok?

Se você está se perguntando por que o Claude, aqui vai direto: ele se destaca na programação por três razões principais: sua janela de contexto extensa (até 200K tokens), compreensão profunda de código e capacidade de manter consistência com regras de projeto. Diferente de outros modelos, ele consegue analisar bases de código maiores, entender a arquitetura do projeto e gerar código que segue padrões estabelecidos com mais precisão. Só por isso, tá?

Técnicas de Gerenciamento de Contexto

Essa aqui mudou meu jogo com o Cursor: controle o contexto como um mestre zen controla sua respiração. 1.Feche todas as guias do editor. 2.Abra só os arquivos relevantes. 3.Use o atalho / e selecione “Editores Abertos de Referência”.

Pronto. A IA vai trabalhar só com o que interessa, sem se perder na bagunça da sua base de código.

Crie uma pasta /docs no projeto com arquivos que expliquem sua arquitetura, padrões, APIs, estratégia de testes, filosofia de vida, signo… Brincadeira. Mas sério, documente sua lógica. A IA lê isso e facilita para não alucinar e você não se perde quanto estiver na versão 3, ser é que você vai até aí!

Rules — A Polícia de Boas Práticas

Pouca gente usa, mas o .cursor/rules é ouro puro. Coloque regras que a IA deve seguir, e ela segue. Sem drama.

Exemplo para projetos React:

UI e Estilo

  • Use Shadcn UI e Tailwind
  • Design responsivo mobile-first
  • Componentes de função > componentes de classe
  • Módulos CSS para estilos locais

Desempenho

  • Minimize 'use client'
  • Prefira componentes do React Server
  • Use Suspense com fallback
  • Carregamento dinâmico para o que não for urgente
  • Otimize imagens com next/image

Arquitetura

  • Use o padrão de repositório
  • Separe bem as camadas
  • Componentes ≤ 150 linhas
  • Extraia lógicas complexas para hooks personalizados

Resultado? A IA trabalha do seu jeito, sem precisar repetir as mesmas regras 37 vezes.

@Docs: O Canivete Suíço da Produtividade

O recurso @Docs do Cursor é uma benção. Basta adicionar um link de documentação, nomear (tipo @TensorFlow) e pronto — pode referenciar direto nos prompts. Acabou aquela ida e volta entre abas.

  • Adicione via chat: @Docs → URL → Nome
  • Use: @TensorFlow, @React, @Python, etc.
  • Gerencie tudo em: Configurações → Recursos → Documentos

E sim, o Cursor reindexa sozinho. Preguiçoso nem precisa se mexer.

Modo Agente: O Assistente que Realmente Trabalha

Se o @Docs é um canivete suíço, o Modo Agente é um robô que te ajuda de verdade. Acesse com Cmd + I.

Ele:

  • Pesquisa arquivos,
  • Roda testes,
  • Instala pacotes,
  • E vai atrás de contexto até resolver o problema.

Dicas hardcore:

  • Ative o “modo Yolo” para testes automáticos.
  • Crie novas sessões com frequência (sim, a IA esquece das coisas).
  • Use comandos tipo “pense fundo” para problemas cabeludos.

Claude Code no Terminal: Poder na Ponta dos Dedos

O Claude Code é o mesmo Claude — mas no terminal. E aqui ele brilha ainda mais, porque entende seu projeto diretamente, sem precisar que você empurre arquivos goela abaixo.

Truques:

  • Use níveis de “pensamento” para ajustes finos de profundidade.
  • Use /clear entre tarefas longas pra limpar a mente… quer dizer, o contexto.

Arquiteturas Que Funcionam com IA

Sim, alguns padrões funcionam melhor com IA:

  • Reflexão: a IA escreve, depois critica e melhora o próprio código. Autoajuda em forma de código.
  • Uso da Ferramenta: a IA interage com APIs e ferramentas externas.
  • Planejamento: antes de codar, ela cria um plano. Você aprova e ela executa.
  • Multiagente: uma IA principal, outras sub-IAs cuidando de partes específicas. Quase uma startup dentro do seu projeto.

Testes Primeiro, Sempre

TDD + IA = casamento perfeito. 1.Peça os testes 2.Depois peça o código que passa neles 3.Integre, execute, corrija e finalize 4.Dê aquele sorriso maroto de quem está dominando o jogo

Estrutura de Projeto Otimizada para IA

Organize sua casa antes de chamar ajuda.

  • Inclua seu PRD (sim, aquele documento chato) no repo como .md
  • Use nomes de arquivos autoexplicativos
  • Deixe arquivos relacionados juntinhos
  • Ignore arquivos gigantes no .cursorignore

Como Evitar Atrofiar Seu Cérebro

IA é poderosa, mas você ainda é o programador (sic). Mantenha suas skills afiadas:

  • Codifique “na unha” com frequência
  • Escreva funcionalidades críticas manualmente
  • Revise tudo que a IA gerar
  • Resolva desafios sem IA de vez em quando
  • Acompanhe sua evolução com metas claras

Fluxos Personalizados por Tipo de Projeto

Front-end:

  • IA gera esqueleto
  • Você desenha a arquitetura
  • IA escreve componentes, você refina estilo
  • IA implementa estado
  • Você integra APIs, IA implementa chamadas
  • IA gera testes, você cobre os casos extremos

Back-end:

  • Você define os modelos de dados
  • IA gera as specs OpenAPI
  • Codifique parte, IA ajuda no resto
  • IA gera testes, você valida lógica
  • IA escreve a documentação da API

A IA não veio te substituir. Ela veio te dar superpoderes. Os devs mais valiosos serão os que sabem equilibrar inteligência artificial com julgamento humano. E agora, com esse guia na manga, é só não deixar a IA fazer tudo enquanto você toma café.